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sexta-feira, 29 de julho de 2016

A história das bolsas femininas – por Faraó Foücher



Olhando para a história da moda, se nota o grandioso processo evolutivo pelo qual esta passou até chegar à atualidade. Assim como a vestimenta, os adornos começaram a fazer parte do cotidiano feminino, tornando-se cada vez mais acessíveis. No início do século XV, alguns acessórios destinavam-se diretamente a nobreza, como por exemplo, as bolsas. No início do século XV as bolsas eram acessórios indispensáveis para a imagem da mulher elegante e tradicional, sendo vistas como sinal de nobreza pela sociedade, já que nesse período não era qualquer mulher que tinha condições de pagar o valor cobrado por um modelo. 



Durante a Idade Média, século XVII, as bolsas possuíam proporções pequenas sendo usadas amarradas à cintura, apenas como sinal de luxo e poder das classes burguesas e da renascença inglesa. Foi durante a época dos Luíses da França, que este acessório passou a ter detalhes bordados com fios de ouro em tecidos de veludo e cetim. Bolsas grandes feitas em couro eram apenas utilizadas por mulheres durante jogos de caça. As reticules (bolsas pequenas usadas amarradas a cintura) serviam também para identificar pessoas do governo e tinham formato pentagonal, utilizadas somente pelo diretório francês.


As bolsas do século XVI, assim como no século XV, tinham o mesmo tamanho e eram usadas da mesma forma até o final do século XVIII, rentes à cintura e em formato pequeno, sendo usadas por homens e mulheres pertencentes às classes dominantes. Bolsas pequenas caracterizavam a elite, que não deveriam andar com bolsas muito grandes, já que estas se destinavam aos empregados. O pensamento social da época, era que damas e homens ricos não precisavam carregar objetos muito grandes e volumosos consigo, ordenando que seus empregados os carregassem.
Durante a metade do século XVII houve uma transformação no modo de se utilizar as bolsas, sendo elas um divisor de gêneros, devendo ser usadas somente por mulheres; ordenando-se pelos costumes da época que os homens carregassem seus pertences nos bolsas das calças e paletós. Durante o início do século XIX, fatores começaram a influenciar a maneira como as senhoras e senhoritas da época utilizavam esse acessório, sendo vistas cada vez mais nas ruas e conquistando cada vez mais os espaços públicos. Nesse período as bolsas começam a ganhar alças e passam a ter características realmente femininas.


Somente a partir do século XX é que as bolsas entram de vez no cenário da moda, deixando de ser apenas um símbolo de status e estética, tornando-se uma necessidade do cotidiano. Durante o período de 1900 a 1914, conhecido pela ostentação e bem-viver da alta classe européia, as bolsas foram transformadas em acessórios essenciais, sendo fabricadas em malhas metálicas e formato retangular para serem carregadas no antebraço. Para as viagens de trem e de automóveis eram utilizadas bolsas grandes e geralmente feitas em couro animal. Por volta de 1930, as bolsas continuavam a ser pequenas, passando a ser arrematadas com fecho de metal. Foi durante esse período e início da década de 40 que existe uma ascensão na fabricação de bolsas com materiais de tapeçaria, tornando-se raras as bolsas fabricadas em couro; nas ruas é visível a utilização das bolsas de mão e tiracolo, mais práticas para o dia a dia da mulher.


>>> O ACESSÓRIO DEPOIS DA GUERRA

Durante o período de 1939 a 1945, época da segunda Guerra Mundial, ocorre um aumento no tamanho das bolsas devido à necessidade do transporte de condimentos, já que eram tempos difíceis de guerras e incerteza, fazendo a mulher carregar junto a si o máximo possível. Carregar pertences em pacotes como faziam as operárias dessa época causava horror na classe burguesa, sendo visto como sinal de pobreza. A partir dos anos 60 tradições como a da mulher distante do mercado de trabalho passam a ser revistas, o que as fazem começar a sair de casa iniciar um vagaroso processo de transição ao mercado profissional, tornado os anos 80 marcado pela participação definitiva da mulher nesse cenário, modificando a identidade feminina.
Assim, com a mulher cada vez mais distante do lar e mais próxima do mercado de trabalho, surge a necessidade de bolsas mais resistentes e espaçosas. durante a década de 70 as bolsas tornaram-se maiores, com características urbanas, utilizando-se do couro como material principal, sofrendo as mais variadas modificações nas últimas quatro décadas. Contudo, o papel e as atividades da mulher foram transformados com o decorrer do tempo, tirando-a do cenário doméstico e fazendo-a cada vez mais presente no mercado de trabalho e nas atividades externas, o que a fez optar por bolsas resistentes e capazes de transportar seus objetos pessoais.


A bolsa de uma mulher pode conter os mais variados itens necessários as suas atividades diárias, sendo ainda, capaz de informar seu status social e personalidade mediante o formato, cor e material do acessório.

Faraó Foücher.

Faraó Foücher é designer de produto com ênfase em joias, bolsas e acessórios femininos.

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